sexta-feira, 2 de julho de 2010

Acontecer


Aconteceu. Foi por me teres feito cega que recordo o sabor da tua pele e o calor de uma tela que pintamos sem pensar. Ninguém perdeu enquanto estavamos despidos de passados e talvez foi de lados errados que nos conseguimos encontrar. Foi dança, foram corpos de aço entre guitarras que esqueceram amarras e se amarraram sem mostrar. Foi fogo que nos encontrou sozinhos e queimou a noite em volta: presos entre chamas acesas; presos feitos para soltar. E o suor que escorria no ar e no calor dos teus lábios inocentes mas sábios, no segredo do luar. Não vai acabar, vamos ser sempre a paixão, vamos ter sempre o olhar onde não há ningué, dei-te mais, valeu a pena voar! A noite veio acordar a guerra de sentidos travada no céu. Nem por um segundo largo a mão da perfeição do teu desenho, e o teu gesto no meu foi como um sopro estranho: Aconteceu! És noite e fogo em mim.

Estava escrito

1 comentário:

  1. Prefiro a versão da "noite é paz" e não da noite que traz essas cenas todas.. é preferível uma noite despida do que uma noite vestida de tantas ilusões.

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