sexta-feira, 9 de julho de 2010

Foi


Como foi que abriste a porta? Como foi que entraste sem ligar? Como foi que vagueamos no espaço sem nada para pensar? Como foi que as dúvidas do teu mundo fugiram para longe? Quando foi que pensaste em voltar? Quando foi que adormecemos ao fim da tarde junto ao mar? Quando é que inventamos que a incerteza era razão para não ficar? Quando é que desviamos o veneno e inventamos um tempo? Quando é que do medo fizemos luz? Quando foi que o riso nasceu e o escudo cedeu? Quando foi que deixamos de respirar? Somos dois ramos novos a nascer juntos sobre a luz. Somos dois tempos frágeis para compor. Hoje apetece-me dizer que é bom ter-te comigo. Já não há medo de rir.

3 comentários:

  1. Ainda bem que te sentes assim. Mas tem sempre cuidado.

    Já agora, Platão explica a tua dúvida.

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  2. Gostei muito da simplicidade deste texto e, ao mesmo tempo, da complexidade dos sentimentos que alberga*
    (já agora, não sei se sabes quem sou, sou a cóóntinhas :)
    Bjinho

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